quinta-feira, 9 de julho de 2009

FLIP


Semana passada aconteceu mais uma edição da Festa Literária Internacional de Paraty, e eu que à anos queria comparecer ao evento, consegui ir dessa vez. Achei uma boa idéia decorrer sobre essa experiência.

Resolvi descrever essas "memórias" de curto tempo por duas formas distintas: as banalidades (aquelas que a gente aprende com a convivência) e o evento (aquilo que me chamou mais atenção, e o que eu vou guardar comigo).


As banalidades: Carregar amiga bêbada que fala besteira é engraçado, mas enche o saco!

Odeio muito tomar pinga, não adianta...

Hippies têm histórias legais, algumas duvidosas...Mas se ele resolver implicar com você...Fuja!

Nunca viaje com uma amiga que esteja para entrar na TPM, e se acontecer, coloque um tampão imaginário nos ouvidos que será bem melhor.

Artistas de rua são interessantes, poetas de rua também...Mas os Krishnas são os mais malas que eu já conheci em toda a minha vida!


O evento: Agora vou me deter da parte que realmente importa (depois do breve desabafo), que era necessário para que pudesse descrever o resto. O homenageado do ano foi Manuel Bandeira, um tanto irônico, pois foi o primeiro poeta que eu li quando tinha uns 11 anos. Não entendi nada, o achei completamente louco na época. Mas minha primeira experiência com a poesia foi graças ao Bandeira.

Então assisti a conferência de abertura, vi a Adriana Calcanhoto cantar e narrar dois poemas banderianos...Observei uma palestra com grandes discussões poéticas sobre a obra do autor e toda essa parte que era, praticamente, obrigatória.

Entretanto o que me chamou mais atenção foi outra parte. Como estudante de jornalismo, mergulhei nas palestras do Gay Talese e do Alex Ross. Ambos jornalistas americanos. O primeiro de vanguarda, precurssor do Novo Jornalismo, apaixonado por perfis e reportagens. O segundo envolto no mundo da música erudita, um grande crítico musical. Esses foram os momentos que mais me ensinaram e me fizeram pensar naquilo que eu pretendo ser profissionalmente. Eles me levaram a analizar o ato de ser jornalista, os observando por uma vida de extremo sucesso e satisfação pessoal.

Por outro lado, ir a Paraty em semana literária é mais do que palestras, mais do que poesia e literatura, é um contato profundo com a cultura brasileira em meio a várias influências mundiais. São dias em que as pessoas viajam na música, na arte, na poesia, nos livros, num mundo brasileiro que nos esquecemos de apreciar. É um momento de conhecer o novo sem preconceitos, de analizar as coisas boas, que são nossas, e as vezes nem ao menos sabíamos.



Porquinho-da-Índia


Quando eu tinha seis anos,

Ganhei um porquinho-da-índia.

Que dor de coração me dava

Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!

Levava ele pra sala

Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,

Ele não gostava:

Queria era estar debaixo do fogão.

Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...


- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.



Manuel Bandeira.





Um comentário:

  1. Oi Bela! Essas maravilhas estão muito boas :)

    Adorei as banalidades, hehehehehe.

    O evento deve ter sido muito legal, ainda mais com o Manu sendo homenagiado.

    Bjo

    Jariza

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