segunda-feira, 20 de julho de 2009

Um conto qualquer.

Estava parada, estática, olhando a mancha vermelha escorrer pelo chão acimentado, formando filamentos que me lembravam as artérias, os batimentos cardíacos. Não queria mais olhar, nem ao menos pensar que tinha acabado ali! Como assim?Como alguém pode acabar consigo mesmo tão rápido?Como alguém tem coragem para faze-lo?
Voltei no tempo, lembrando das horas que eu nunca quis interromper, dos momentos que eu me esforcei para que não chegassem ao fim, dos segundos que eu pedi que congelassem para que tudo fosse permante, mas nunca foi...E agora, acabou tudo jogado em uma caixa de lembranças interessantes, daquelas que a gente olha quando a nostálgia resolve aparecer.
E ele, aquele fluxo vermelho não parava, meus olhos se estreitavam, embaçavam, até que as primeiras gotas salgadas começassem a cair, parecia que estava realmente acabado. Me ajoelhei, abracei aquele corpo que parecia ainda quente, manchanto minhas mãos com aquele ruge intenso. As palavras persistiam na minha mente, "Está acabado, acabado".
Comecei a odiar tanto as horas, os minutos, os segundos, todos eles!Por que é que tudo é solúvel e terminável?Não queria mais o tempo. Queria o infinito, o interminável, aquilo que não é quebrável nem apagado, mas não tinha nada. Aquilo que restava, estava se apagando com os malditos segundos e eu queria que aquilo parasse.
Não parou, nunca para...Nada para, tudo sempre continua, persiste e caminha com as horas, minutos segundos e essa função toda do tempo. Esse tempo que controla todas as coisas, que comanda quando começa e quando termina. O término tinha chego ali, não queria mais o observar...Dei de costas, olhei para as minhas mãos sujas e sumi daquele lugar. Eu sabia que tinha terminado, só não queria enxergar o último segundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário